Corrosão do poder de compra pela inflação causa nova queda do varejo em outubro…
- Após queda de 4,3% em agosto e 1,3 em setembro, o varejo apresentou nova queda, de 0,1%, em outubro. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresentou queda semelhante, de 0,9%. O resultado veio bem abaixo da expectativa de mercado (+0,6%)
- Com o resultado, o varejo fica abaixo do patamar pré-pandemia pela primeira vez desde março, em que ocorreu a segunda onda de fechamentos da economia.

- Apesar da queda, as vendas no varejo acumulam alta de 2,6% no ano. O comércio varejista ampliado apresenta alta de 2,3% nos dez primeiros meses de 2021.
- Há três motivos principais para as três quedas consecutivas no varejo:
- A inflação alta, principalmente de combustíveis, está afetando este segmento. É a terceira queda consecutiva na venda de combustíveis e lubrificantes e no segmento de supermercados e hipermercados;
- A alta na taxa básica de juros começará a afetar o consumo via encarecimento de crédito;
- A diminuição de medidas de restrição de mobilidade faz com que ocorra uma troca entre comércio e serviço. Por exemplo, as compras em hipermercados e supermercados caíram pelo 3º mês consecutivo, as pessoas passaram a comer mais em restaurantes.
- O momento ruim no setor liga o sinal de alerta para a principal data do comércio no ano: o Natal. A expectativa era de que o consumo impactasse positivamente a atividade no 4º trimestre.
- Dos 10 subsetores, que formam o Varejo Ampliado, sete voltaram a ficar abaixo do patamar pré-pandemia.
Variação percentual (out/21)

Alta inflação deverá fazer Copom aumentar em 1,5 p.p. a taxa básica de juros…
- O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá aumentar 1,5 p.p. a taxa básica de juros hoje. A última reunião do ano deve fazer a taxa fechar em 9,25%, de acordo com o que foi anunciado na ata da reunião anterior
- A inflação acumulada em 12 meses está acima da casa dos 10% desde setembro e deve fechar o ano a 10,2%, quase o dobro da meta de 5,25%. Os destaques continuam sendo os sucessivos aumentos dos combustíveis, a introdução da bandeira de escassez hídrica e aumentos em alguns itens da alimentação.
- As atenções estão voltadas para 2022. O Boletim Focus indica IPCA de 5,02% para o próximo ano, acima do centro da meta de 3,50% e do teto de 5%. A projeção da GO Associados para o IPCA de 2022 é de 5%.
Metas de inflação e expectativas para IPCA e taxa Selic

- O processo de alta de juros deve continuar em 2022. O comunicado indicou que os aumentos de juros devem avançar ainda mais no território contracionista. É provável que na primeira reunião de 2022 a taxa básica de juros ultrapasse os dois dígitos, chegando a 10,75%.
- O ciclo deve se encerrar apenas em março de 2022. Entretanto, outro pequeno aumento deve ocorrer ainda no próximo ano fazendo com que a Selic deve encerre 2022 a 12%, representando seu maior valor desde abril de 2017.
